Fátima Fonseca: cantora e compositora de São Paulo, com coração de Sátão

Assume-se na sua página oficial como “cantora e compositora, dona de um timbre vocal grave e aveludado”.

É natural de São Paulo, onde reside. Porém nas suas veias corre sangue luso, sangue do lado de cá do Atlântico. Sangue português, como em tantos milhões de brasileiros, cujas origens são daqui, deste retângulo ocidental da Europa, deste território de tantas chegadas, mas sobretudo desta terra de tantas partidas em busca de novos mundos.

Falamos de Fátima Fonseca. De uma cantora que conhecemos há um ano atrás, aquando de um concerto que deu em Sátão, durante as festas do concelho.

E foi precisamente com ela, com Fátima Fonseca, que falámos, para a levarmos até si, até aos nossos leitores.

Para falarmos das suas origens, da sua paixão pela música, dos seus trabalhos musicais, do seu trajeto, das suas influências musicais e de tantas outras coisas…


“Sou uma cantora e compositora luso brasileira com raízes em Rio de Moinhos”

Sobre si e sobre as suas origens, disse-nos ser “uma cantora e compositora luso brasileira com raízes em Rio de Moinhos, no concelho de Sátão, donde sua mãe é natural, e em Cimbres, no concelho de Armamar, por via paterna”.

Ah, e sobre a sua idade a Fátima disse-nos “já passei os quarenta” tendo descoberto o “talento para a música no início da década de 90”, quando residiu em Londres, acrescentando mesmo que “a música sempre fez parte da minha vida, mas tornou-se ainda mais importante” no período em que residiu no Reino Unido, após o final dos seus estudos universitários.


“Os meus estilos musicais preferidos são jazz, blues, bossa e fado”

Quanto a ídolos, lá foi se afirmando como uma apaixonada por grupos do último quartel do século XX, “The Police, Elton John, Rod Stewart e Tina Turner, além da MPB [música popular brasileira] e do Fado” e no que concerne às suas influências musicais, Fátima Fonseca, referiu-nos que elas “passaram por Adriana Calcanhoto e Lulu Santos, Diana Krall, Madeleine Peyroux, Norah Jones e divas do fado”, apresentando como “estilos musicais preferidos jazz, blues, bossa e fado”.

Estando radicada em São Paulo, nessa grande metrópole brasileira, Fátima Fonseca tem-se apresentado “nos últimos anos em casas de shows como All of Jazz, Tonton Jazz, Café Piu Piu, Alfama dos Marinheiros e Pateo Lisboa, entre outros, além de realizar grandes shows a convite de várias secretarias municipais de cultura no Brasil”, e o seu reportório inclui “diversos projetos musicais” que vão do “Pop ao Jazz contemporâneo, com momentos românticos e dançantes, mas também o Fado”, essa canção tão portuguesa que se tornou património imaterial da humanidade.

Mas nem só o Brasil tem sido o seu espaço de afirmação. Fátima Fonseca tem vindo à Europa e é ela mesmo que nos revela que “teve grande sucesso nos shows de fado e MPB realizados na Europa nos últimos anos”.

Aliás, refiram-se as suas atuações em Portugal, destacando-se aqui os seus concertos nas terras Dão e Demo, em Sátão e em Penalva do Castelo.

Questionada sobre as suas atuações e sobre a utilização de músicos ao vivo, a nossa convidada referiu-nos que faz “atuações com música ao vivo”, não descartando, porém, em absoluto “o uso do playback”.


“O fado está a ganhar destaque no meu reportório”

Depois de muitos anos dedicada, em paralelo, “à música e às atividades de executiva de um banco estrangeiro com sede em Estocolmo, na Suécia”, Fátima Fonseca disse-nos “decidi dar foco aos meus projetos musicais e iniciei a gravação dos temas que compõe o CD O Espelho”, CD este “cujo lançamento ocorreu em fevereiro de 2017 no Café Piu Piu em São Paulo”, mas cuja apresentação havia sido efetuada “primeiramente em Portugal, junto com show de fados no concelho de Sátão”.

Sobre este seu trabalho a nossa entrevista quis detalhar que “no repertório do disco há desde a confessional ‘Como um imã’, que versa ‘Se me olhas, me perturbas/estremeço, me torturas/a razão me abandona/sensatez evapora’, até uma homenagem aos imigrantes portugueses na canção ‘Rio de Moinhos’, gravada com participação do fadista alentejano Mário Moita, fazendo-se assim uma ponte Brasil – Portugal”.

Quanto aos autores, Fátima Fonseca referiu-nos que “em ambas as músicas as letras são de Fátima Fonseca e a música de David Pasqua”, já quanto aos seus “orientadores vocais”, esses foram “os talentosos Lyba Serra e Fernanda Gianesella, a última falecida recentemente”.

Quanto ao futuro, Fátima Fonseca, referiu-nos que o fado está a ganhar destaque no seu “repertório considerando o êxito alcançado pelo fado canção Rio de Moinhos não só em terras portuguesas e brasileiras, mas também canadianas e chinesas” tendo a previsão de levar, no próximo ano, em 2018, estes temas, o fado, a MPB e novos lançamentos, que tem em carteira, a outros continentes.

Os interessados em contactar com a artista Fátima Fonseca podem faze-lo através da sua página eletrónica ou através da sua página no Facebook.

Entrevista: Dão e Demo